Como atravessar um rio com segurança

Como atravessar um rio com segurança

Travessia de Rios

O mês de Março é conhecido por chuvas frequentes e, geralmente, em grande quantidade, fazendo com que o nível de água nos rios fique mais alto. Por isso, ao se aventurar nesta época, algumas precauções devem ser tomadas e os conhecimentos reforçados na memória, para que o risco de acidentes seja menor. Trazemos então um guia de Travessia de Rios, adaptado por Rodrigo Bastos, do Livro “Wilderness Educator Notebook”, editado pela NOLS. Leia abaixo as dicas que trazemos para você!

Conceitos básicos

  • A velocidade da água é determinada pelo volume, largura, profundidade e gradiente (inclinação) do rio. Em teoria, quando o rio alarga, a velocidade da corrente diminui somente se os outros fatores permanecerem os mesmos, como profundidade, inclinação, etc.
  • Para medir a velocidade da água jogue um pedaço madeira (um galho, um pedaço de tronco seco, etc) no rio e acompanhe pela margem.
  • Em águas acima do joelho a maioria das pessoas não consegue atravessar a vau, se a velocidade está acima do que podem andar. Em situações assim, é impossível cruzar com segurança a grande maioria dos rios, exceto aqueles de águas calmas.
  • Fazer um bom scout (reconhecimento prévio do local) é fundamental na procura de locais para atravessar e na escolha do método.
  • O maior perigo não é ser arrastado pela correnteza, mas ficar preso em baixo de um Strainer ou coador, como por exemplo, um tronco ou galhos de uma árvore. Ficar com o pé enroscado no fundo representa um grande risco.
  • Soltar as fivelas da barrigueira e do peitoral é importante, pois diminui as chances de ficar preso, caso seja arrastado pela correnteza.

Métodos de Travessia
Travessia Seca

  • Cruzar rios usando troncos e rochas como pontes pode preservar o pé seco, mas requer equilíbrio, agilidade e sorte. Uma falha em executar esta manobra pode causar mais lesões do que uma cuidadosa e bem pensada travessia a vau.
  • Considere montar um corrimão na altura do ombro e ao lado do corpo para não interferir na caminhada. Examine a possibilidade de alguém cair na água e ficar preso no mesmo tronco que serviu de ponte. Se há essa possibilidade, é um cruzamento potencialmente muito arriscado.
  • Pular de pedra em pedra é uma opção arriscada, pois em caso de queda a possibilidade de uma lesão é alta. Utilize um bastão como apoio, já que ele reduz a necessidade de um pulo. Considere o peso da mochila como um agravante. Se há a possibilidade de cair em correnteza, é um cruzamento potencialmente muito perigoso.

Travessia a vau

Prepare o grupo. Praticar pode melhorar e muito as chances de um grupo atravessar com segurança. Pratique em terra e com correnteza e profundidade menores. Em um grupo, é fundamental que todos estejam 100% claros e confortáveis com o plano de como o rio será cruzado.

Qual a profundidade que alguém pode atravessar com segurança?

  • Profundidades do tornozelo até metade da canela normalmente pode-se atravessar sozinho com ajuda de um bastão.
  • Metade da canela até metade da coxa deve-se usar outras duas pessoas como suporte.
  • Acima dos joelhos a dificuldade fica consideravelmente maior. Ache um lugar para atravessar onde não exista correnteza.
  • Da metade da coxa até a cintura fica mais difícil ainda. Evite atravessar nesta condição. Não atravesse com água acima da cintura. Mude a rota, ou, em último caso, acampe esperando a água baixar.

Técnicas

  • Quando atravessar sozinho, encare a corrente de frente e utilize um bastão formando um tripé. Mova-se em sentido perpendicular ou diagonal, através da corrente.
  • Mova um ponto de apoio de cada vez. Dê passos curtos e mantenha-se em movimento. Parar em partes difíceis desperdiça energia.
  • Cruzar em grupos tende a ser mais estável do que fazer sozinho. Existem vários métodos, porém dois deles se destacam:
  • Trenzinho – Forme uma fila de 2 a 5 pessoas paralela à corrente e encarando a montante (rio acima). A primeira pessoa usa um bastão e os outros seguram firme na cintura ou na mochila do colega da frente. As pessoas atrás suportam quem está na frente. O grupo move-se em passos de lado, curtos e coordenados até a margem oposta.
  • Corrente – 2 a 4 pessoas todas olhando de frente a corrente, dando as mãos ou segurando a mochila de cada colega ao lado. Este método não é tão estável, mas ajuda bastante quando o grupo precisa desviar de obstáculos no fundo do rio e quando existam poucas seções difíceis. Expondo, portanto, apenas uma pessoa de cada vez a estas áreas sempre com ajuda de outros que estão em melhor posição.

Natação em correnteza

Se você cair na água e achar-se a mercê da correnteza, largue sua mochila imediatamente e comece a flutuar com a barriga para cima e seu pé voltado para jusante (rio abaixo) e elevado. Esta posição permite você ver onde está indo e deixa suas pernas absorverem o choque ou desviarem de rochas. Evite ficar de pé. Ele pode ficar preso facilmente. Espere até chegar a um local de água lenta e rasa para levantar-se.

Recomendações

  • Preveja o arraste de alguém pela correnteza e escolha com cuidado o ponto de travessia.
  • Coloque um spotter rio abaixo com um bastão e com habilidades para resgatar alguém que esteja sendo arrastado, sem que seja necessário ele próprio entrar na água.
  • Certifique-se que cada pessoa esteja com o peso da mochila bem distribuído, ou seja, o centro de gravidade da mochila precisa estar próximo ao do corpo do participante. Retire tudo da mochila e recoloque caso necessário.
  • Uma opção é sempre esperar a água baixar.
  • Sapatos fechados deverão ser usados em todos os cruzamentos de rios potencialmente arriscados.
  • Se mochilas são levadas, barrigueira e peitoral serão abertos em todos os cruzamentos de rio potencialmente arriscados.

 

Depois de ler todas essas dicas, que tal colocá-las em prática? Boas aventuras!

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