O Parques Nacionais é um projeto de valorização e divulgação dos Parques Nacionais e de outras Unidades de Conservação (UCs) brasileiras.

Criado em meados de 2017, tem como objetivo promover a educação e o engajamento das pessoas nas causas da conservação das áreas naturais do Brasil e do meio ambiente. Para alcançar esse objetivo, foca na criação de conteúdos audiovisuais, visando sensibilizar o público e incentivar práticas de turismo responsável e sustentável.

Vale lembrar que o Projeto é uma iniciativa independente que conta basicamente com recursos de pessoas (físicas e jurídicas) que acreditam e apoiam a causa por meio de doações e participações em financiamentos coletivos.  

Eu sou Sérgio Espada, produtor/idealizador do projeto Parques Nacionais, produtor/editor da Geeteê filmes e instrutor da Outward Bound Brasil.  Nos próximos parágrafos vou contar um pouco mais sobre o projeto e sobre os Parques Nacionais em geral.

Vem comigo!?

De acordo com a lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Parque Nacional é uma categoria específica de unidade de conservação, destinada à preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.

Conforme essa lei, os Parques Nacionais são unidades de conservação de proteção integral com o objetivo principal de preservar a natureza (fauna, flora e recursos hídricos), permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, principalmente através das pesquisas científicas, do desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental e do turismo ecológico, sendo esse, sujeitos a regras e restrições, para evitar impactos negativos ao meio ambiente.

Essas áreas são geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. É importante salientar que os Parques Estaduais e Municipais também seguem basicamente a mesma lei, mas são geridos pelos órgãos ambientais responsáveis pelos estados e municípios respectivamente.

O primeiro Parque Nacional do Brasil foi o Parque Nacional do Itatiaia (1937), que fica localizado entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já o primeiro parque nacional do mundo é o Parque Nacional de Yellowstone (1872) e muitos dos conceitos de conservação que regem os parques brasileiros foram baseados nos conceitos americanos.  

O Projeto Parques Nacionais foi idealizado em meados de 2017, em um momento da minha vida que morava nos EUA. Embora eu tenha formação formal em engenharia e administração de empresas, e tenha trabalhado nessa área por mais de 20 anos, sempre fui um entusiasta das atividades ao ar livre, praticando atividades como montanhismo, atividades náuticas, mergulho, mountain bike, entre outras.

Apaixonado por fotos e por viagens de aventura, percorri muitas áreas naturais do Brasil e de outros países, como Peru, Argentina, Bolívia, Venezuela, Chile e Equador, sempre em busca de interação com a natureza e de conhecimentos sobre geografia, biologia, história e culturas.

A ideia de divulgar e engajar os brasileiros com as causas dos parques nacionais e das unidades de conservação brasileiras surgiu após a minha mudança para os EUA, em 2016, quando conheci alguns Parques Nacionais por lá e percebi o quanto eles eram valorizados e estruturados.

Tudo era muito diferente do que eu conhecia do Brasil, que embora tenha a maior biodiversidade do mundo, seus parques ainda são bem pouco conhecidos e visitados e consequentemente valorizados. Para se ter uma ideia, em 2016, estimava-se que a visitação dos Parques Nacionais do Brasil eram de 7 milhões de visitantes, versus 330 milhões dos americanos. Essa diferença mexeu muito com minha cabeça.   

Foi nesse momento então que surgiu a ideia de voltar ao Brasil para falar dos parques nacionais para os brasileiros.

Nos primeiros quase 2 anos do projeto, os esforços foram basicamente voltados aos estudos para adquirir conhecimentos mais específicos sobre as unidades de conservação. Muitos destes conhecimentos vieram de trabalhos voluntários em alguns parques nacionais espalhados nas diferentes regiões do Brasil. Nesse período fui voluntário em 10 Parques Nacionais com trabalhos variando de 15 dias até 6 meses de duração.

Foi então que em julho de 2019, juntamente com a produtora audiovisual Geeteê filmes, consegui filmar e produzir o primeiro documentário do Projeto Parques Nacionais. O parque escolhido foi o primeiro parque nacional brasileiro, O Parque Nacional do Itatiaia e o filme teve sua estreia em março de 2020. 

Daí em diante as produções não pararam:   

- 2020: Parque Nacional do Itatiaia, Ilha dos Arvoredos e Noronha Submerso;

- 2021: Parque Estadual de Ilhabela, Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes e Parque Estadual da Ilha do Mel (em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura - ABETA);

- 2022: Parque Caminhos do Mar (em parceria com a empresa Parquetur), Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e Parque Nacional da Serra da Canastra;

- 2023: Filmagens do Parque Nacional da Serra da Bocaina com estreia prevista para o público geral no segundo semestre de 2024.

O Brasil possui atualmente 75 parques nacionais, espalhados nas 5 regiões geográficas do país, sendo: 22 na região norte, 22 na região nordeste, 6 na região centro-oeste, 12 na região sudeste e 13 na região sul.  

Eles protegem parte dos 6 biomas que aqui existem, além do ecossistema marinho, sendo: 22 na Amazônia, 12 na Caatinga, 16 no Cerrado, 28 na Mata Atlântica, 1 no Pampa, 1 no Pantanal e 11 em área marinha (o valor excede 75 devido a sobreposições de biomas em mais que um parque).

O primeiro parque, como já mencionado, é o Parque Nacional do Itatiaia, e foi criado em 1937. O mais recente é o Parque Nacional da Serra do Teixeira, criado em 2023.

Os Parque Nacionais protegem 3,12% do território continental nacional e 0,09% do território marinho.

Mais detalhes sobre as UCs você encontra clicando aqui 

Olhando para a visitação, o ranking dos parques nacionais mais visitados em 2022, foi o seguinte:

1 - PARQUE NACIONAL DA TIJUCA com 3,5 milhões de visitantes;

2 - PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA com 1,6 milhões de visitantes;

3 – PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU com 1,5 milhões de visitantes;

4 – PARQUE NACIONLA DA SERRA DA BOCAINA com 701 mil visitantes;

5 – PARQUE NACIONAL MARINHO DE FERNANDO DE NORONHA com 678 mil visitantes;

6 – PARQUE NACIONAL DOS LENÇOIS MARANHENSES com 367 mil visitantes;

7 – PARQUE NACIONL DO MONTE PASCOAL com 366 mil visitantes;

8 – PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA com 198 mil visitantes;

9 – PARQUE NACIONAL DE UBAJARA com 186 mil visitantes;

10 – PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ORGÃOS com 178 mil visitantes;

Todos os outros parques nacionais somados totalizam: 2,5 milhões de visitantes que representa 24,3 % do total, sendo que esse total de visitantes dos Parques Nacionais do Brasil foi de 10,4 milhões em 2022.

(mais detalhes sobre a visitação das UC’s você encontra clicando aqui 

É curioso notar que muitas pessoas visitam as unidades de conservação (e parques nacionais) sem notar ou perceber que estão dentro de uma área protegida. É menor ainda o número de pessoas que entendem as diferentes categorias de UCs que existem e como visitar e se comportar nesses ambientes.

O Projeto Parques Nacionais aos poucos vai trazendo isso para a realidade de quem assiste as produções, de uma forma leve e com linguagem simples, que todos entendem, incentivando os telespectadores a conhecerem mais sobre o tema e motivando a visitarem lugares muitas vezes inimagináveis.  

Os caminhos da conservação não são nada fáceis, principalmente porque esbarram com muitos interesses, na maioria das vezes de poucas pessoas, e comprometem a eficácia na preservação da biodiversidade e na promoção do equilíbrio ambiental. Alguns dos maiores desafios incluem:

- Pressões humanas: A expansão urbana, a agricultura, a pecuária, a mineração e outras atividades humanas muitas vezes exercem pressões significativas sobre as unidades de conservação como o desmatamento e a ocupação irregular.

- Falta de recursos financeiros, humanos e a fragilidade institucional: A maioria das unidades de conservação enfrentam limitações de recursos financeiros e humanos. A falta de investimentos adequados afeta a capacidade de implementar e manter planos de manejo, realizar fiscalizações eficientes e garantir a infraestrutura necessária. A falta de continuidade nas políticas de conservação também prejudica a efetividade das ações de preservação.

- Problemas fundiários: As unidades de conservação de forma geral estão localizadas em áreas habitadas por comunidades locais. No passado, muitas dessas unidades foram criadas com pouco ou nenhum critério no que se diz respeito a delimitação de área, o que causou e ainda persiste em alguns casos, problemas fundiários nunca solucionados, principalmente pela falta de recurso para indenizações justas e compatíveis com os valores de mercado.  

- Invasões e exploração ilegal: Unidades de conservação são frequentemente alvo de invasões para atividades ilegais, como extração de madeira, caça, pesca predatória e mineração não autorizada.

- Falta de conscientização e envolvimento da sociedade: A participação ativa e o apoio da sociedade são cruciais para o sucesso das unidades de conservação. Para isso, informações de qualidade precisam chegar as pessoas, seja dentro das escolas fundamentais, nas universidades, nos noticiários, etc. 

A proteção das unidades de conservação é fundamental por várias razões, principalmente envolvendo aspectos ambientais, sociais e econômicos.

Entre essas razões, destacam-se algumas como:

- A conservação da biodiversidade que garante a sobrevivência de uma variedade de espécies de plantas, animais e microrganismos por meio da preservação dos habitats;

- A manutenção de serviços ecossistêmicos como a regulação do clima, a preservação de bacias hidrográficas e nascente de água, a polinização de culturas agrícolas e a proteção contra desastres naturais e pandemias;

-  As pesquisas científicas que oferecem oportunidade para o estudo e para o avanço do conhecimento científico;

- A educação ambiental que permite que as pessoas experimentem a natureza de forma direta e promove a conscientização sobre a importância da conservação;

- As atividades de ecoturismo promovendo o turismo consciente e contribuindo com as economias locais sem comprometer a integridade dos ecossistemas;

- A preservação de culturas tradicionais que protege as tradições e modos de vida associados à uma determinada região; 

Em resumo, ao proteger os Parques Nacionais e as Unidades de Conservação, estamos investindo na saúde a longo prazo do planeta como um todo e na qualidade de vida da espécie humana. Essas áreas desempenham um papel crucial na promoção de um equilíbrio harmonioso entre a conservação da natureza e o desenvolvimento humano.

Obviamente esse não é um trabalho de pessoas, organizações ou projetos isolados. Isso requer uma abordagem integrada que envolva a colaboração entre governos, organizações não governamentais, comunidades locais e setores privados. É necessário investimentos e o compromisso contínuo com a implementação e fortalecimento das políticas de conservação, bem como o investimento em pesquisa, monitoramento e educação ambiental para se obter sucesso nessa jornada.

E aí, vamos nessa?

Onde encontrar o Projeto Parque Nacionais:

- Youtube: www.youtube.com/parquesnacionais

- Instagram: @parques.nacionais

- e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

- Faça uma doação para o projeto copiando e colando a chave ou usando o QR Code.

CHAVE PIX: 37.951.523/0001-23